Pular para o conteúdo principal

História - FÁBULAS DE ESOPO

Fábulas de Esopo.  Com certeza você já ouviu falar de "A raposa e as uvas", "O leão e o rato".
Mas você sabia que Esopo era um escravo que viveu na Grécia antiga?
No século XIV, um monge bizantino de nome Maximus Planudes, compilou suas fábulas e escreveu uma biografia do autor.
A fábula é um gênero literário que veio do conto popular. São narrativas alegóricas em prosa ou verso. A principal diferença entre o conto e a fábula é que esta transmite uma lição de moral. Tradicionalmente esta é a sua função, mas podemos nos divertir com muitas delas. Podemos rir de nós mesmos, de nossas tolices... E também refletir sobre os mais variados modos do comportamento humano. Esta semana escolhemos quatro destas fábulas para trazer a você.
Conte aos amigos, filhos, parentes enfermos... Aí vão:
 
 
O homem e o leão
 
Havia um leão e um homem que viajavam juntos.
Cada um contava mais vantagens que o outro.
E então, no caminho, encontraram um monumento representando um homem que estrangulava um leão.
Apontando para ele, o homem disse ao leão: "Vês como nós somos mais fortes do que vocês?"
E o leão, sorrindo, respondeu: "Se os leões soubessem esculpir, veria muitos homens sob a pata do leão".
 
 
O lobo médico
 
Enquanto pastava em um campo, um burro viu um lobo que avançava em sua direção e fingiu-se de coxo. O lobo se aproximou dele e indagou a causa de ele ser coxo, e o burro respondeu que, ao atravessar uma cerca, pisara sobre um espinho. Pediu-lhe então, que primeiro lhe tirasse o espinho e, depois, poderia comê-lo sem se machucar.
O lobo acreditou na conversa e, enquanto levantava a pata do burro e procurava o espinho no casco, o burro desferiu-lhe uma poderosa patada na boca que lhe fez saltarem todos os dentes.
E o lobo, em estado lastimável, exclamou: "Bem feito para mim, por que quis eu me meter a ser médico, quando meu pai me tinha ensinado a ser açougueiro?"
 
 
 
O caranguejo e sua mãe
 
"Meu filho, não andes de lado", disse a mãe ao caranguejo, "nem roces teu corpo no rochedo úmido.
E ele respondeu: "Ó mãe, se queres ensinar-me, anda tu mesma direito e eu, olhando, te imitarei".
 
 
 
A velha e o médico
 
Uma velha, doente dos olhos, contratou os serviços de um médico. Este, cada vez que vinha à sua casa aplicar-lhe os curativos, aproveitando que ela estava de olhos fechados, roubou-lhe peça por peça toda sua baixela.
Depois de ter-lhe roubado tudo, e o tratamento ter chegado ao fim, ele pediu o pagamento combinado. E, como ela não quisesse pagá-lo, ele a levou diante dos juízes.
Ela explicou então que havia combinado um pagamento se ele curasse sua visão, mas, que depois de tratada por ele, estava pior do que antes: "Pois antes eu via minha baixela em minha casa", disse, "e agora não vejo mais nada!".
 
 
 
Fonte: Livro Fábulas de Esopo, editora Martin Claret, 2004
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

História - DONA BARATINHA

Era uma vez uma baratinha que estava varrendo a casa e encontrou uma moeda. Achou que estava rica e já podia se casar. Arrumou-se toda, colocou uma fita no cabelo e foi para a janela. A quem pass ava ela perguntava: - Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? O primeiro bicho que passou foi o boi, que respondeu: - EU QUERO! Dona Baratinha perguntou: - E como é que você faz de noite? O boi respondeu: - MUUUUUUUU! Ela disse: - Ai não, muito barulho, assim eu não durmo, pode ir embora. E o boi foi embora. Em seguida veio passando o cavalo e Dona Baratinha perguntou: - Quem quer casar com Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? O cavalo respondeu: - EU QUERO! Dona Baratinha perguntou: - E como é que você faz de noite? O cavalo respondeu: - IIIIIIIRRRRRIIIIII! Ela disse: - Ai não, muito barulho, assim eu não durmo, pode ir embora. E o cavalo foi embora. Foi passando então o carneiro e Dona Baratinha

Um presente para o rei

Era uma vez, um rei muito temperamental e insatisfeito. Possuía muitas riquezas e tinha como rainha uma bela esposa que o amava de verdade. Mas, mesmo nos dias mais ensolarados e belos, ele se quedava triste ou aborrecido. Irritava-se por pouco, até mesmo com o grito de uma ave ou uma nuvem mais escura no céu. Os mais belos presentes, de todas as partes do mundo eram trazidos a ele, mas nenhum deles o alegrava. Artistas de todas as artes como mímicos, palhaços, dançarinos e poetas eram convidados para entretê-lo, mas nada o satisfazia. Ninguém no reino sabia o que fazer para agrada-lo. Era muito raro, mas acontecia: algumas manhãs ele acordava se sentindo bem, disposto e alegre, mas logo este estado de ânimo desaparecia, e o rei voltava a cair na mais profunda melancolia. Assim, o que mais ele desejava era algo que o fizesse feliz ou em paz para sempre. Como fixar aqueles poucos momentos de felicidade que às vezes sentia, de modo que nunca passassem? O rei então jun

História - O URUBU E A RAPOSA

O Urubu estava no ar, peneirando, e avistou uma carniça de boi. Imediatamente, desceu e começou a saborear aquele petisco delicioso. No mesmo instante, desabou uma pesada chuva que deixou o urubu todo ensopado, e com as asas encharcadas, não podia mais voar. A raposa, que estava por ali à espreita, aproximou-se dele dizendo: - Amigo urubu, vou lhe comer! Vendo-se perdido, o urubu tinha de ser mais esperto que a raposa. Então, fez a seguinte proposta: - Amiga raposa, você não sabe que urubu molhado faz mal? Você tem que me soprar até me deixar sequinho; só então poderá me comer. A raposa acreditou! E começou a soprar as penas do urubu; e soprou e soprou por mais de uma hora. Quando parava para recuperar o fôlego, perguntava: - Já está seco, compadre urubu? - Ainda não, amiga raposa. Sopre mais um pouco. A raposa recomeçou a soprar, sempre repetindo a mesma pergunta e ouvindo a mesma resposta. Quando o urubu pressentiu que poderia escapar, correu começou a bate

Dançando com o morto

Era uma vez uma mulher que tinha ficado viúva há alguns meses. E tinha achado até bom, porque já não estava lá muito contente com aquele marido. Um dia, arrumando a casa, ela encontrou um montão de notas de dinheiro que o falecido havia escondido debaixo do colchão em segredo. - Ah, desgraçaaado! Cheio do dinheiro e nós nessa pindaíba! Depois da raiva, ficou foi feliz da vida. Levou todo o dinheiro para a mesa da cozinha , chamou o filho e os dois começaram a contar juntos as notas quando, de repente, adivinhe só quem apareceu? O falecido em pessoa! Sim, ele mesmo, o marido, morto. E veio sentar-se à mesa com eles. Mas... a mulher ... não se intimidou não: - O que é que você está fazendo aqui, seu miserável?! Me dá paz! Você está morto! Trate de volta logo para debaixo da terra. - Nem pensar - disse o morto. - Estou me sentindo vivinho. A mulher mandou o filho buscar um espelho . Entregou ao morto para que ele visse a sua cara de cadáver. - É... Estou abatido. Deve se

História - O PÁSSARO DO POENTE

Era uma vez um jovem camponês que vivia num país onde o inverno era rigoroso. Numa manhã onde a neve caia e caia, ele observava a paisagem da janela de sua casa. Quando os flocos pararam de cair por um instante, ele saiu caminhando e viu um movimento que lhe chamou a atenção. Ao aproximar-se, viu que era uma cegonha e estava machucada, atingida por uma flecha. De coração generoso, resolveu ajuda-la, retirando a flecha e fazendo um curativo em sua asa. Os olhos da cegonha mostraram imensa gratidão. Levantou voo e foi-se distanciando até que o jovem a viu desaparecer atrás das montanhas. Dias depois, bateram em sua porta. Ao abrir, estava diante da casa uma moça de quimono branco, quase se misturando à neve e um manto vermelho protegendo o rosto. A moça disse que estava indo para a próxima aldeia mas acabou se perdendo no caminho. Perguntou se poderia ficar ali por uma noite. O frio lá fora era imenso. O camponês apressou-se em coloca-la para dentro. Sugeriu que ela se