Imediatamente, desceu e começou a saborear aquele petisco delicioso.
No mesmo instante, desabou uma pesada chuva que deixou o urubu todo ensopado, e com as asas encharcadas, não podia mais voar.
A raposa, que estava por ali à espreita, aproximou-se dele dizendo:
- Amigo urubu, vou lhe comer!
Vendo-se perdido, o urubu tinha de ser mais esperto que a raposa. Então, fez a seguinte proposta:
- Amiga raposa, você não sabe que urubu molhado faz mal? Você tem que me soprar até me deixar sequinho; só então poderá me comer.
A raposa acreditou! E começou a soprar as penas do urubu; e soprou e soprou por mais de uma hora. Quando parava para recuperar o fôlego, perguntava:
- Já está seco, compadre urubu?
- Ainda não, amiga raposa. Sopre mais um pouco.
A raposa recomeçou a soprar, sempre repetindo a mesma pergunta e ouvindo a mesma resposta.
Quando o urubu pressentiu que poderia escapar, correu começou a bater as grandes asas, agora já sequinhas. Logo estava voando, longe do alcance da raposa, que, além de ter sido enganada, teve de aguentar o urubu gritando lá do alto:
- Obrigada por me secar, sua besta! Agora fique aí, que eu vou-me embora...
E, batendo asas, desapareceu dali.
Este é um conto popular e esta versão foi recolhida e registrada no livro "Contos Folclóricos Brasileiros" do autor Marco Haurélio.
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